Capitão Lugano levanta a taça e decreta: Uruguay campeão da Copa América pela 15ª vez! |
Volverimo, volverimo
Volverimo otra vez
Volverimo a ser campeones
Como en la primera vez
As 18h do dia 23 de julho de 2011, ainda no campo do estádio monumental de Nuñes, 23 bravos homens fardados com mantos celestes cantavam esta singela música, sendo ecoados por todas as dependências do tradicional estádio. O motivo para gritar à plenos pulmões estes versos? Depois de 16 anos a Celeste voltou a mostrar porque é a Nação do Futebol. Depois de 16 longos anos, a Copa América volta às mãos uruguayas, assim como na primeira Copa América, em 1916.
Suárez, o melhor jogador do torneio, abriu o placar da goleada |
A partida final desta Copa América 201 foi uma batalha entre guaranis e charruas, não foi apenas futebol, foi algo além. Desde o início do jogo o clima era tenso, pesado, havia o sentimento de não pode errar. Agressões, carrinhos, empurrões e dedos na cara eram mútuos, sendo Lugano e Cáceres, um dos melhores na partida, os dois leões uruguayos que enfrentaram Haedo Valdez, Vera e Ortigoza, numa batalha particular, amedrontando os paraguaios. Porém, desde o inicio do jogo também, o Uruguay mostrou suas armas à equipe paraguaia, articulando chances de gol desde o primeiro minuto, com o sempre rápido e perigoso Suárez e o “pavilhão” Lugano, muito perigoso nas jogadas pelo alto. Já no primeiro escanteio do jogo, o capitão subiu e cabeceou pra dentro do gol, onde estava o paraguaio Ortigoza, que impediu o tento com a mão. Mesmo com a arbitragem brasileña não vendo certos lances, o Uruguay sempre se postou a frente, atacando e pressionando os paraguaios, tanto que nos 12 primeiros minutos a Celeste tinha cinco conclusões a gol, e o Paraguai apenas uma. E foi em um destes lances que Diego Pérez deu um toque pra área, onde estava Luis Suárez, que acreditou no lance e com apenas um toque dominou a bola e cortou a zagueiro, para em seguida empurrar para o fundo das redes e explodir o Monumental, o Uruguay, a América e o Mundo. 1 a 0 Uruguay, e um banho de bola!
Após o gol o time guarani treinado por Gerardo Martino continuou fazendo o que estava fazendo antes: nada, apenas se defendendo e tremendo as pernas perante a blitz ofensiva uruguaya. E foi pela tremedeira paraguaia que a Celeste chegou ao segundo gol. Este gol merece um parágrafo só pra ele, tamanha importância e pelos elementos que nele estavam presentes.
Forlán exorciza os demônios e acaba com a seca de gols. 2 a 0 |
Já se passava dos 30 minutos de jogo, seguia 1 a 0 e seguia a Celeste atacando. Em frente da área de defesa do Paraguai estavam Suárez, na direita de ataque, Arévalo Rios, no meio, e na esquerda, Diego Forlán, camisa 10 ás costas junto com o Uruguay inteiro. O paraguaio jogador de vôlei, Ortigoza, estava em frente ao careca de barbicha Arévalo Rios, que segurou Messi e todo o time argentino nas quartas de final, e que junto com Diego Pérez forma a contenção à frente da zaga, capaz de parar um gigante com apenas um carrinho. A bola rolava nos pés guaranis quando foi tocada para Ortigoza, que (por não poder pegar com a mão) não conseguiu dominar, perdendo a redonda para Arévalo, que avanço, viu os cabelos loiros de Forlán na esquerda, e pensou: “Vá, Diego!”. Arévalo lançou para Forlán, que amargurava 12 partidas sem comemorar gols com a camisa Celeste, mesmo que nesses 12 jogos tenha feito, em no mínimo 10 delas, ótimas partidas, sendo o principal responsável pelas jogadas de ataque uruguayas. Sem dominar, sem ajeitar e sem fazer gracinhas, Forlán chutou de canhota, cruzado, forte, rumo às redes, deixando o melhor goleiro da Copa América 2011, Justo Villar, apenas olhando a pelota se refestelar no barbante. Forlán exorcizava os demônios e mandava para longe os secadores com o seu gol. 2 a 0 antes do intervalo.
Como Obdúlio e Francescoli: Lugano eterniza a Celeste |
Na volta para a segunda etapa os 20 mil torcedores charruas que cruzaram a fronteira e invadiram Buenos Aires já sabiam: “vamos copar!”. Talvez por isso, sabendo que nada e nem ninguém iria tirar a Copa América 2011 dos braços de Lugano, a Celeste voltou menos vibrante, se fechando mais na defesa e atacando menos. Nesse contexto, Ortigoza usou os pés para lançar Haedo Valdez, que sem dominar chutou de primeira no travessão de Muslera, criando assim a melhor chance paraguaia no jogo. E foi só. O Uruguay seguiu brigando, Cáceres, Coates e Lugano seguiram rugindo contra os atacantes paraguaios, usando joelhos, canelas, pés e principalmente, cotovelos para mostrar quem mandaria na América a partir de hoje. Ao final, Forlán, o craque de um Uruguay cheio de craques e heróis, melhor jogador da última Copa do Mundo, camisa 10, 82 partidas pela Celeste, usou todo o seu talento para tocar na saída do goleiro Villar e fechar o baile uruguayo: Celeste 3 a 0, 15 vezes campeã da Copa América. A nação mais apaixonada por futebol e mais aguerrida futebolisticamente voltou ao topo. O Uruguay se tornou o maior campeão da história da Copa América, Coates foi eleito o jogador revelação do torneio, Luis Suárez o melhor jogador. e Óscar Washington Tabárez ganhou o maior prêmio que o Uruguay poderia receber: o prodigioso e laborioso trabalho iniciado por El Maestro em 2006 recebe uma coroa e muitas outras glórias são prometidas para o futuro da Celeste. Esta 15ª conquista da Copa América não é apenas mais um troféu para a já grandiosa sala de troféus da AUF. Ela representa um prêmio para tudo que vem sendo feito e um aviso do que ainda virá. Com esta taça da Copa América 2011 nas mãos de Lugano, o Uruguay mostra que está crescendo e que seguirá crescendo até voltar ao topo do futebol mundial.
Como este blog havía cravado, Uruguay é campeão da Copa América 2011. Avante Celeste! |
Cuidem-se, a Celeste está de volta!
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