18 de julho de 2011

Épico e nos pênaltis mais uma vez!

Após partida histórica, Muslera pega o pênalti de Tévez e a festa se espalha pela Banda Oriental del Uruguay

Volveremos, volveremos
Volveremos otra vez!
Volveremos a ser campeones
Como da primera vez!

É com essa singela música entoada pelos uruguayos presentes no "Cemitério dos Elefantes", no último sábado (16), que começamos este atrasado, mas valente post. Sim, valente, pois só um blog muito valente crava que o Uruguay vai ser campeão da Copa América 2011, seja contra quem for. Sim, podemos errar, afinal o futebol é representação da vida, e assim, é inexato, inseguro e surpreendente. Mas, não, não é uma "caixinha de surpresas", isso é coisa de narrador da Globo. Para o blog Futebol de Uruguay, este esporte bretão é uma parábola da vida e assim, é a coisa mais surpreendente e apaixonante do mundo. Só isso, nada de caixinhas.
Mas chega de rodeios, vamos para o jogo épico de sábado. O que ocorreu não foi um jogo de futebol. Foi uma batalha campal, disputada a cada centímetro do gramado verde de Santa Fé, sendo visto, aplaudido e embalado pelos milhares de torcedores presentes com seus trapos e suas canções de apoio as esquadras platenses. De um lado, 11 guerreiros da Banda Oriental del Uruguay. Do outro, 10 guerreiros e um gênio representando as cores albicelestes provindas da Argentina. Vinte e dois soldados defendendo as suas pátrias, e por isso, a Batalha de Santa Fé foi algo histórico, para ficar na memória de cada integrante e amante do futebol.
El Ruso marcou seu primeiro gol pela Celeste
Como já era esperada, a partida foi disputada com bravura e hombridade, e por isso muitas faltas, balões e carrinhos foram vistos por aqueles que acompanharam este jogaço. A surpresa ficou por conta do gol do Uruguay logo aos 5 minutos de jogo, após Forlán, que fez a sua 80ª partida pela Celeste e se tornou o jogador com mais partidas pelo selecionado uruguayo, levantar a bola na área com maestria para Diego "Ruso" Pérez tocar pro fundo do gol argentino. O que também não era esperado foi a retranca em que se formou a Celeste após fazer gol, fazendo com que a Argentina crescesse no jogo, criando inúmeras jogadas, com Messi, Agüero e principalmente Higuaín, que surpreendeu, fazendo uma ótima partida. E foi nesse contexto retranqueiro do Uruguay que a Argentina aproveitou para marcar seu gol, quando Messi cruzou e Higuaín desviou de cabeça. 1 a 1, assim terminou a primeira parte das 5 que formariam esta batalha épica.
Celeste se defendeu com carrinhos, balões e a garra charrua
Pouco antes do intervalo, Ruso Pérez, que já havia levado cartão amarelo aos 2 minutos de jogo, tomou o segundo  cartão e foi expulso, desfalcando a pátria celeste no restante do jogo. E foi com a expulsão de Pérez que dois guerreiros celestes se destacaram e conduziram o seu país a glória: Egídio Arévalo Rios aplicou a marcação mais ferrenha e empenhada que Lionel Messi já encontrou em toda a sua vida, enquanto que Muslera, nosso aplicado camisa 1, fez defesas incríveis, lutando e defendendo a honra oriental com suas mão salvadoras. Outro que se destacou na defesa da meta uruguaya foi o zagueirão Andrés Scotti, que substituiu o lesionado Victorino durante o jogo. Com um a menos e tendo Messi jogando contra, o time Celeste se dispôs a marcar acintosamente, se valendo de carrinhos e deslizes campais para salvar a pátria uruguaya, mas mesmo assim Muslera foi obrigado a praticar defesas incríveis, muitas vezes colocando o corpo na frente da bola sem qualquer medo ou receio. Nessa disputa platense o que importava era a vitória, não importando a maneira que a mesma fosse alcançada.
Defesa épica de Fernando Muslera: o nome do jogo
Pela importância do jogo, pela rivalidade e pelo fato de a partida ser disputada com afinco por ambos os times, dois tempos de 45 minutos não foram suficientes para se nomear um vencedor. Assim, mais dois tempos de 15 minutos, mais faltas, mais chances, mais brigas, mais adrenalina, mais gritos e xingamentos e mais empate. 0 a 0 no placar e os tão temidos pênaltis se aproximaram e chegaram, juntamente com a carga emocional imposta pela disputa na marca da cal. Assim como na África do Sul, Tabárez chamou seus comandados, fez um circulo e lhes disse palavras de ordem, para que chegassem em frente a meta argentina e com determinação e coragem, batessem os penais decisivos. Lá foram cinco filhos do Uruguay. Lá foram cinco caudilhos argentinos. Tévez, o mais argentino dos argentinos, foi cobrar seu pênalti decisivo carregando toda a confiança e esperança argentina em suas costas. Com o excesso de peso nas costas do batedor, Muslera pulou na bola e defendeu o chute. Silêncio argentino em Santa Fé. Após Tévez, nenhum outro argentino teve o dissabor de erra frente a sua torcida, enquanto os cinco escolhidos de Tabárez converteram as cobranças, calando o estádio, explodindo a Banda Oriental del Uruguay e colocando a Celeste e seus três milhões de uruguayos nas semifinais da Copa América 2011. A Batalha de Santa Fé foi vencida. O sonho continua vivo graças a Muslera e suas mãos salvadoras. Que venha o Peru, pois jogaremos com a mesma garra e bravura de sempre, em busca de um objetivo: seguirmos crescendo, seguirmos grandes!

Vamos Celeste!

Nenhum comentário:

Postar um comentário