Muito se fala cada vez que o Uruguay joga, principalmente quando há transmissão da Globo, que os uruguayos são loucos pela seleção nacional, que os jogadores dão a vida em campo, etc. Também se fala, principalmente quando o Brasil vai mal, como em 2010 e 2006, que falta amor à camisa, falta patriotismo, "que os jogadores não vestem mais a camisa da Seleção", etc. Porém, ninguém entende o porquê desta diferença entre uruguayos e brasileiros quanto ao selecionado nacional. Neste post mostraremos algumas diferenças, ainda que a maior delas seja a cultura de cada nação.
Para os uruguayos a Celeste é algo intocável, acima de opiniões e diferenças. Embora há muito tempo não conquistem nenhum título, sendo o último a Copa América de 1995, o amor pela seleção continua incondicional, em cada jogo da Celeste no Uruguay os estádios ficam lotados, e os jogadores que lutam pelo país nas competições são tidos como heróis nacionais. A Celeste orgulha o país e os jogadores que desbravam o mundo jogando futebol são lembrados com felicidade. O patriotismo e o amor pela seleção estão explícitos no dia a dia uruguayo.
E aqui no Brasil? Aqui nas terras tupiniquins nosso patriotismo só existe de 4 em 4 anos (quando há Copa do Mundo) e nas eleições, pois "votar é um ato patriota" (balela da Globo). Uma boa parte da população, muito concentrada no sul, diga-se de passagem, não costuma torcer fervorosamente pela Seleção, e muitas vezes o clube é colocado em grau maior de importância em detrimento dos comandados da CBF. Na verdade, estes que gostam mais de seus clubes não estão errados: seus clubes inspiram mais confiança e um certo "patriotismo estadual" do que a Seleção Canarinho. Não nos sentimos representados pelos jogadores nas competições mundiais, este é o fato.
Talvez a culpa não seja toda dos jogadores, mas dividida entre nós mesmos e a forma como nosso país vê o futebol. Um exemplo? Às 17h de hoje, a seleção uruguaya, que treina na sede da AUF e ainda não definiu os 23 da Copa América, recebeu, por meio do astro Diego Forlán e do técnico Óscar Tabárez, El Pabellón Nacional, a bandeira oficial do Uruguay. A idéia do vice presidente uruguayo, que entregou a bandeira, é mostrar o quanto a seleção orgulha o país, além de motivar os jogadores para a disputa da Copa América na Argentina. É por essas e por outras que o povo uruguayo recebe seus jogadores como heróis ao fim de uma Copa do Mundo onde o país foi apenas quarto colocado. É por essas e por outras também que vemos um Luis Suárez aguerrido preferindo a sua expulsão do que a sua pátria tomar um gol e ser desclassificada. É também por este motivo que, após a expulsão, vemos pela tela Globo, um tal de Luis Suárez correndo, enlouquecido como um menino que brinca de bola, comemorando a classificação de sua seleção.
El Maestro Tabárez e Diego Forlán receberam a bandeira uruguaya do vice presidente Danilo Astori |
Aqui no Brasil? Nada. E eu continuo querendo torcer para o Uruguay...
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